No mundo do luxo, frequentemente ouvimos que se trata de vender sonhos. No entanto, o verdadeiro luxo não se limita a sonhos; ele é uma forma de magia. Essa magia transforma e eleva a natureza das coisas, assim como fazem os magos e as fadas. As maisons de luxo não criam um mundo de sonhos, mas o embelezam e encantam, transformando o ordinário em algo extraordinário.
Jean Cocteau descreveu a Cartier como um "mago sutil". Essa maison vê beleza em tudo, até mesmo em objetos comuns como pregos e parafusos, transformando-os em artefatos preciosos, objetos de desejo. Essa transformação é semelhante à alquimia, onde o comum se torna extraordinário.
A magia do luxo também atua em quem usa essas criações preciosas. As pedras preciosas carregam energia e mistério, tendo sido forjadas pela Terra há milhões de anos. Desde tempos imemoriais, foram usadas para simbolizar poder real ou religioso, guardando um fragmento da eternidade. Elas oferecem confiança, elevam a alma e embelezam a vida. A joalheria é verdadeiramente mística.
Em tempos modernos, a transparência é essencial. Perguntamo-nos se essa transparência é compatível com a magia, se não destruiria o mistério. No entanto, a transparência não mata o mistério, pois a magia não é uma ilusão. Quanto mais vemos o verdadeiro artesanato, mais admiração sentimos. Quanto mais compreendemos a tecnologia e o conhecimento necessários para magnificar a beleza, mais incrível ela se torna. Quanto mais usamos joias, mais confiantes nos sentimos.
Quando as maisons de luxo criam cenários belíssimos, é uma transformação mágica efêmera que revela a verdadeira beleza. Assim como a fada madrinha de Cinderela, que transforma as coisas temporariamente para revelar o verdadeiro eu de Cinderela, permitindo que a magia do amor opere.
A magia positiva é uma forma de amor. Ela revela o melhor de nós, dá coragem e significado. O verdadeiro luxo é, de fato, mágico.
Por Evelyn Bandeca
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